terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Taj Mahal de amor

A imagem desta semana mostra um dos maiores monumentos já construídos por homens na História. Localizado na Índia, a construção faz parte, hoje, de uma das sete maravilhas do mundo. Mas o principal motivo de sua aparição neste blog foi a razão de sua construção: o amor.

O imperador responsável pela obra solicitou a vinda de milhares de homens do Oriente que depositaram sua força para a realização do feito. Isso porque Aryumand Banu Begam, a esposa favorita do gestor indiano Shah Jahan, havia falecido após dar à luz ao seu 14º filho. Então, ele planejou a obra gigantesca e onipotente e a ofereceu, como uma grande prova de amor. O Taj Mahal foi construído sobre o túmulo dela. No monumento, há inscrições do Corão, paredes elaboradas com pedras semi-preciosas e a cúpula tem fios de ouro em seu acabamento. Tudo isso desde 1652, após 20 anos de construção.

Uma obra física gigantesca e elegante elaborada como representação de um sentimento super nobre como o amor. É por isso que o Taj Mahal figura no blog nesta semana. Um feliz 2008 a todos!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Eu conheço uma amora!

Você gosta de amora? Bem, da fruta, eu nunca provei... Mas da amizadeeeeeeeee...... Conheço uma amorinha danada e pequenininha que bota pra quebrar! Fez 23 anos cheios de sabedoria e alegria, o que seu semblante entrega de cara. Essa amora conquista você facinho, facinho. Ela é um doce e sabe salgar na hora que quiser também. Ah! É também inteligente e batalhadora.

E então, amora é ou não é bom?! =)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Uma centena de vida

Hoje tive uma experiência interessante. Conheci o Centro Comunitário Luiza Távora, que fica no Bairro Serviluz, uma comunidade carente de Fortaleza que leva sua vida sob o sol da Praia do Futuro. Aliás, poderia ter começado dizendo que, exercendo o jornalismo hoje pela manhã, conheci 120 idosos muito simpáticos que são beneficiados com os projetos do Centro Comunitário. E, nossaaaaaaa! Aquilo é que é paraíso!!

120 carinhas cheias de rugas democraticamente ampliadas a cada gargalhada. Os sorrisos no ar, o tempo todo. Acordei às 6h da madruga para fazer a cobertura do evento no qual foram entregues aos idosos 1 tonelada e 200 quilos de alimentos arrecados por estudantes da Faculdade Christus em dois dias de atividades acadêmicas. No cenário, agradecimentos, reconhecimentos públicos, textos sobre amizade, lanche, música, fotos e a Dona Maria Valdevina.

Bem, ela é a figuraça aí da foto. São exatos 100 anos de existência sobre este chão de cada dia. Lúcida, conversa com todo mundo e tem um olhar que faz qualquer um ceder às suas vontades imediatamente! Dona Maria Valdevina foi uma que pôde representar todos aqueles outros rostos alegres. Caminhando para todos os lados, era ativamente feliz. Um adjetivo que impestava aquele lugar. Eu, contagiada que estava, só pude curtir aquilo tudo e idealizar uma dia fazer uma ação desse tamanho. Lindo. Todos estão de parabéns.

domingo, 25 de novembro de 2007

Material de primeira


Nesta semana, a imagem é de Jenni Tapanila, fotógrafa que mexe com elegância e estética em suas produções. Material de primeira.

sábado, 17 de novembro de 2007

De 1925 a 2007

"Tem gente que é tão pobre, mas tão pobre, que só tem dinheiro".

A imagem dessa semana é de Pedro de Lara, famoso jurado do Show de Calouros e conselheiro sentimental em programas de rádio. Essa frase dele é demais!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

"Mooonn"

A imagem desta semana "homenageia" nossa distribuição de leite no país, agora vitaminado com soda cáustica e água oxigenada. Uma mistura explosiva...

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Homem processa Deus nos EUA


Imagem da semana 4 a 10/11 (antecipada)

A imagem da semana chegou antes desta vez. Lendo minha Revista MTV com óculos super especiais, soube que um cara americano (sempre eles...) havia entrado com um processo judicial contra Deus no condado de Douglas, EUA. Não, não estou enganada. Foi contra Deus mesmo, o Todo Poderoso.

A figura é um senador democrata do Estado de Nebraska, chama-se Ernie Chambers, considera-se agnóstico e já é conhecido pelas críticas aos cristãos. Chambers declarou que recebeu ameaças terroristas de Deus e que Ele permite, no planeta, esse tipo de coisa que "leva morte, destruição e terror a milhões de habitantes na Terra". Ainda sem uma definição sobre quem será o advogado de Deus, tem-se a afirmação do senador de que a iniciativa foi uma forma de protestar contra a quantidade enorme de processos abertos pelos americanos que ele considera ridículos.

Um escrituário do cartório da cidade assegura que a seguinte resposta apareceu nas pastas do processo: "Deus declara que dotou os seres humanos de livre arbítrio e que isso é o maior presente que poderia dar ao ser humano". Milagre? Bem, para um agnóstico, acho que não.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

O ano em que meus pais saíram de férias


Filme de 2006, ao qual ainda não tinha assistido. Depois de bons comentários de gente confiável - ou seja, de gosto bem semelhante ao meu (rsrsrs), resolvi dar um crédito à locadora nem um pingo confiável aqui pertinho de casa. Pois não é que o filminho estava lá?

Em dias mais introspectivos, nada melhor como sensação de vida que um bom efeito da arte sobre os sentidos já abalados. Logo no início, associei o protagonista várias vezes a Valentín, o garoto do filme argentino que faz sair lágrima até de pedra. Mauro é um menino forte, que teve de se virar à força sozinho num lugar estranho, longe de casa e de conhecidos. Viveu com judeus enquanto esperava os pais que estavam "de férias". O avô foi pontual demais enquanto o pai, atrasado ao extremo. E Mauro amadureceu dez anos nesse intervalo de meses durante o ano de 1970.

Copa e ditadura ilustravam o cenário daquele ano. Aquelas roupas clássicas, os carros, o clima de bairro. Tudo muito bem figurado pela equipe. Vale ressaltar a co-produção de Fernando Meireles e Daniel Filho, que trabalharam, mais uma vez, com atores não-profissionais, gente que não tá na mídia e ajuda a valorizar um filme pelo que ele realmente pretende ser. A fotografia e a trilha sonora não ficam para trás. O ano em que meus pais saíram de férias mereceu todos os prêmios que já ganhou e, certamente, está a nível do Oscar 2008, quando mostra um Brasil mais político, eclético, histórico e sensível; diferente dos morros e fuzis que temos exibido demais ao mundo como nossa única realidade.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O confronto


Ela chegou exausta e nem mesmo a batida da porta o fez piscar os olhos. Aqueles relatórios e aqueles prazos sempre mínimos o deixavam sempre à parte do universo dela. E Jack já agia assim há um bom tempo.

Ela passa e volta, tira os sapatos, senta no sofá espaçoso, comprado para dois, mas onde sempre só coube um. Solta os cabelos e um gemido de descanso. Mira a figura à sua frente e as torres de papel. Dorothy nunca gostou de papéis. Só conseguem ser acúmulo de lixo e passado. Ela concentra o olhar naquela imagem, absolutamente oposta ao que sempre quis naquele homem, que costumava rir e andar descalço. Levanta rápido e desmorona junto com as torres que acaba de implodir com as próprias mãos ao som de um "Pára!" e submerge nas ondas da banheira.

Nua, sente o frio em cada poro, mistura-se à água cheia dela, prende um pouco a respiração. Não era para ser assim, pensa e pede. O mundo foi injusto com Dorothy porque a fez entrar em seu próprio enigma. A não-garantia explícita à qual tantos se jogam sem medo. Mas o medo foi sempre seu grande amigo, o melhor refúgio para as oportunidades mais ousadas. Só mesmo Jack e os seus sorrisos para dar vez a um "sim". O mundo, aliado ao tempo, não deu tréguas ao rapaz, que preferiu cumprir obrigações a sonhar.

Ela, no universo paralelo somente seu, viaja nos pensamentos, nos sonhos mais impossíveis e, ao mesmo tempo, tão reais quando vividos ainda que como sonhos. Imagina dias lindos, chão de nuvens, asas de anjo e vôos rasantes, num mix louco de encontro da realidade com a fantasia. O coração acelera e ela já sorri sem perceber. A banheira é um oceano verde e seus cabelos se movem no ritmo das ondas. Isto sim é vida! Todos os sentidos à prova, liberdade, prazer, imensidade, infinito belo...
Jack entra no quarto e prepara-se para dormir:
- "Está aí?"
- "Não". Responde como um lapso, sem interromper a viagem.
- "Tudo bem, amanhã vou correr".

O vôo é acelerado, Dorothy percorre o mundo e vê as cidades sob seu corpo flutuante, os homens parecem bonequinhos de madeira numa mini-aglomeração. Tudo é tão pequeno para o seu infinito. As construções são tão perecíveis para o seu imaterial. Um mergulho no Atlântico exibe outra imensidão, outras formas e ciclos num ambiente mais denso e mais pesado como o aquático, seu preferido. Dorothy é dona de tudo o que é possível e impossível. O mundo e o que não existe também são dela. Salta da água como um peixe numa velocidade estonteante, vai rumo a qualquer outra galáxia, segue o caminho das estrelas mais brilhantes e sente o vento forte deformando suas bochechas de um jeito engraçado, quando, de repente... O despertador!

Hora do medicamento do marido esquizofrênico. A realidade amarra Dorothy mais uma vez ao mundo injusto. Corta suas asas, destrói seus desejos, elimina seu universo. Ela implora mais vez: "Pára!".

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O homem do catolé


Sol queimando a pele, a cabeça, o tempo e a pressa. Chão rachando o pé, a sombra, o rio e a vida. Em cima e embaixo, o homem do catolé padece dos males externos, desse jeito de viver que, ainda que mais mate do que dê vida, é o jeito que "Deus quis". A paciência reina no espiríto que sabe ser o mais ágil quando a luta se anuncia. É a braveza camuflada de respeito.
A faca na cintura corta o mato que engole, descasca da fruta derradeira e elimina o inimigo que pode virar caça e uma janta farta ou mais um frouxo que não sabe viver na terra quente. O assunto é um só: onde nasce e morre a água, o que se planta e quando dá, a chuva traiçoeira e o calor miserável. O destino foi escrito e ninguém pergunta por quê. É assim e pronto.
Cruzando com esse homem, ele percebe que você não é dali, que a areia dele é estranha, que te bota no bolso em um minuto. Mas ele não é mau. O chapéu é só proteção, a mão grande e grossa é, mais uma vez, culpa da terra; a voz grosseira e o olhar penetrante são só o jeito de bicho, em que mais se espelharam para fazer o que de melhor sabem: sobreviver.
Mas jeito de bicho não combina com oferecer morada e comida pra desconhecido se arranchar. E nem de ficar em pé às 12h sob o céu do sertão explicando a situação do açude meio cheio ou das terras do vizinho que a queimada levou. Isso tem, no mínimo, um quê de socialização, de convivência, de noção do outro. Concluí que, no catolé, o homem é mais humano.

domingo, 7 de outubro de 2007

JuHits de cara nova

Mais consistente, cores fortes, mais intenso. Traços mais definidos, bordas e texturas densas. Mais diversão, espaço para enquetes, interatividade com notícias online e com muito mais links interessantes ao universo particular da autora. Sugestões e críticas já estão sendo aceitas!

Então, este é o novo look de JuHits, que continua trazendo o conteúdo do meu interior: cabeça, coração, pele, emoção, sensações. Um pouco da Juliana em palavras e texto.

Espero que aprovem!
Bjs!

domingo, 30 de setembro de 2007

Osso duro de roer

Tropa de Elite do Bope - Batalhão de Operações Policiais Especiais. Sigla forte, sonoridade decisiva. Nome da mais preparada equipe de guerra do país, do exército de profissionais composto por homens da lei que se arriscam à morte com bem mais frenqüência que qualquer outra categoria de policial brasileira. Assistem às aulas de treinamento com a granada na mão e preferem finalizar um vagabundo com uma 12, desfigurando eternamente mais um comandante do morro. Osso duro de roer.

A Tropa de Elite exibida pelo viés de José Padilha com R$10.000.000,00 na mão pode ser entendida como o grupo de homens que sobem o morro para apagar e nunca para sumir. Entram na favela com estratégia, não tem tiro à toa, não. Os soldados são os homens que optaram por aquela determinção que, quando bate, mais parece um instinto animal inexplicável que um objetivo social claramente definido. Eles não usam farda azul. A farda é preta, entendeu?

Os homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais não podem ser corruptos. Aqueles homens são os soldados da linha de frente do interminável conflito entre os podres e ricos do Brasil. O que não é nada novo nem pequeno para as nossas dimensões. E a galera do tráfico... Bem, eles não sabem o significado de crime nem de castigo, nunca tiveram chance de compreender o que é uma lei ou o que é um Deus. E a Tropa de Elite os pune duplamente em nosso nome.

Não vou falar de mazelas e decadência do nosso sistema policial, da burocracia, dos jeitinhos, dos PMs que fazem extra. Para mim, isso tudo é conseqüência, fuga do tema ou qualquer outra coisa que pareça papo intelectual analítico. A Tropa, os homens da Tropa e a vida dos homens da Tropa são outra realidade. Outra definição de mundo e de vida. Para ser um deles, é preciso ter cérebro e punho incessantemente ativos. Porque se não for assim, o cara pira. Osso duro de roer.

Cenas do filme ao som de Tihuana:
http://www.youtube.com/watch?v=EPwkYA9KsHE

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Dois corações

Na realidade dos meus sonhos.
Na dor aguda que me lembra a vida.
No chocolate pregado na bochecha.
Na ferida no joelho.
Nos berros da madrugada.
Na apresentação da escola.
Nos pulos na cama.
Nas gargalhadas fartas.
E nos berros exigidamente exagerados.
Nas febres altas.
No olhar que tudo compra.
Na corrida em direção ao abraço suado.
Na família desenhada no papel.
Na primeira viagem.
No banho de chuva com os amigos.
No colo seguro.
No sermão do professor.
E no complicado cadarço do tênis.
Meu rebento, já tenho vida por você.
Uma vontade louca de apresentar o meu mundo.
E torná-lo minha melhor construção.
Sabe o que é mais impressionante?
Essa certeza da maternidade que me toma de uma vez nos acasos.
O arrepio completo e a lágrima que quase cai.
A visão do barrigão, sua chegada...
Um novo coração dentro de mim.
E eu ainda nem te conheço.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Addio, Pavarotti!

Não é por acaso mesmo que brasileiros têm afinidade com a Itália e vice-versa. Véspera de feriado, meu sorriso escureceu quando li, na Internet, notícia fresquinha anunciando a morte de uma voz aclamada no mundo todo. Pavarotti conquistou o planeta não só pelo talento indubitável, mas pelo carisma que é a nossa cara.

Tudo bem, ele era craque no futebol e soltava o bocão como ninguém em suas apresentações países afora, mas Luciano Pavarotti merece condolências pelo grande feito de levar uma arte antes exclusiva dos nobres que freqüentavam os grandes teatros para os ouvidos e apreciação de, até então, seres "ignorantes”. Um tenor pop!

Falo de Pavarotti no meu blog porque ele entendia que a vibração emocional da arte no nosso corpo e na nossa mente independe da nossa verba salarial. É a coisa mais artística que alguém pode concretizar. É por isso que o associo à alguma brasilianidade, a algum “dar pra quem não tem” tão característico nosso. Esse italiano era assim, "gente boa", que abraçava e gostava de rir.

O governo da Itália vai homenagear o maestro com um novo prêmio de cultura. O Teatro de Modena, sua cidade natal, vai ganhar o seu nome, assim anunciou o prefeito hoje. "Alguns conseguem cantar ópera. Luciano Pavarotti era uma ópera", afirmou Bono Vox no site da banda. Foi-se um dos grandes. Um dos inesquecíveis, um dos que figurarão, por anos e anos, na lista de personalidades mundiais do século XX. Addio, Pavarotti!

*Bono Vox, no site oficial do U2.

domingo, 26 de agosto de 2007

Emoção de cor laranja

Ele dissipa o amor. Na voz, nos gestos, no suor, no violão. Nando Reis é um dos poucos cantores dos quais posso me considerar uma grande admiradora. Além das proezas com as palavras, o lado família do cara me deixa ainda mais boquiaberta. Pode correr com o babador! Já tem um tempo que não perco um show do ruivo na minha cidade e confirmo: a apresentação em Fortaleza ontem foi demais!

Integrando o projeto Eu faço cultura* - amei o título -, Nando tem percorrido as maiores cidades do Brasil e deixado o seu tom de amor encantar milhares de apaixonados pela vida. O programa partiu dos funcionários da CAIXA, quando mais de oito mil deles contribuíram para transformar o projeto no maior do país promovido por pessoas físicas. Então, cantar, pular e gritar com o ruivo de pertinho por R$7,50 a hora tá bom demais, né?

O show do CD Luau MTV com Os Infernais teve exatos 140 minutos de duração. Cenário vermelho e laranja predominando: a cor do sol e a cor dos cabelos de Nando e Zoé, filha mais nova homenageada em Espatódea - nome de uma árvore que dá uma flor laranja. Sem surpresas, Nando detonou e deixou Fortaleza laranja de emoção. Sem timidez também, só óculos Ray Ban e peito aberto pra sentir toda a nossa vibração. Amei!

*As doações, feitas com incentivo fiscal pela Lei Rouanet, somam R$ 2,7 milhões e viabilizam semanas culturais em 30 cidades do Brasil com eventos de músicas popular e instrumental, literatura e fotografia.



** Cenas bacanas do show de ontem aqui:

domingo, 22 de julho de 2007

Transformers

O planeta Cybertron e a sua raça de robôs evoluídos iniciam a grande história que vem parar na Terra. Autobots (facção operária, o bem) e Decepticons (facção militar, o mal) entram em conflito durante eras, consumindo boa parte da energon - energia responsável pela sua existência. Nesse pega pra capar galáctico, eles são atraídos pelo campo gravitacional do nosso planeta azul e se misturam aos bilhões de humanos e nossas incontáveis fontes de energia natural. Detalhe: por serem super desenvolvidos, podem assumir várias formas de objetos para o alcance de seus objetivos. Na Terra, os robôs se transformam em equipamentos, armas e, principalmente, veículos.

A história dos Transformers já foi contada em desenho animado, gibi e filme. Por não possuir direitos autorais exclusivos, quem veicula, por vezes, altera alguns detalhes, o que resulta num desencontro de datas se comparadas algumas versões. A animação foi febre no Brasil e os brinquedos, adicionados à magia de transformar carros em robôs, encanataram muitos pivetes do meu tempo.
Agora, a parte mais legal, os personagens-chave! Optimus Prime é o heróico líder dos Autobots, cheio de coragem, princípios de direito e a favor da liberdade de escolha. Ele se transforma numa carreta linda (vermelha e azul, por que será???), que lidera sem autoritarismo. Blumblebee é um herói de guerra, um Chevrolet Camaro que faz sucesso no longa. O mal: basta citarmos o grande líder Megatron. É uma espécie de "jato" cybertroniano. Não tenho dúvidas, um dos melhores momentos do filme é dele, e justo quando se apresenta: "I am Megatron", com aquela super voz que arrepia até quem não tá na sala do cinema.

Enfim, passado o blá-blá-blá, o interessante é percebermos o quanto de sociologia e filosofia pode-se encontrar ali, no meio de um monte de máquina. Vale ressaltar as cenas ótimas de ação, explosão, tiros e tal; mas a lógica do longa traz pensamentos consistentes too. O cara falar que a gente é uma raça nova, atrasada, perfeitos débeis em comparação a eles foi tudo. Um belo lembrete pra quem acha que só pode e não deve, uma lição para os religiosos ao extremo, um "alô" para os líderes mundiais e um sinal de alerta para os "comuns", os que fazem as sociedades diariamente.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Vôo JJ 3054

O Brasil parou ontem à noite. Milhões de olhares voltaram-se para as TVs e outros meios de comunicação em busca das mais incríveis imagens e de novas informações; alguns, como eu, até esperavam ver uma cena chocante de salvamento, daquelas que arrepiam, uma vida inteira preservada.

Mas não, só desabamento, fumaça e fogo, muito fogo. Uma grande chama no meio da maior cidade do país. O interessante para ser analisado nesses momentos é o clima de comoção que ultrapassa qualquer "barreira" tangível. Os jornais do mundo todo noticiaram a tragédia brasileira, o presidente decretou luto de três dias, as bandeiras - brasileiras e internacionais - do Pan estão hasteadas a meio mastro. A formalização das condolências tem sua beleza. Parece até que vivo numa nação digna.

O pior, o doloroso são os gritos de negação dos familiares com a confirmação dos nomes. É ver pessoas indo do Rio Grande do Sul a São Paulo com materiais que possam identificar as vítimas, carbonizadamente irreconhecíveis. E eu penso, como todo mundo: "Por quanto tempo eles souberam de sua eminente morte? Teve oração coletiva? Entrega desesperada?". O piloto tentou e acho que calculou bem como poderia acabar com aquilo com menos danos possíveis. Eram 186 pessoas a bordo e esta se tornou a maior tragédia da aviação brasileira.

A TAM tem uma das frotas mais novas em circulação, aviões com menos de dez anos de uso, muitos com avançado sistema eletrônico. Difícil ter sido falha técnica. O acidente aconteceu às 18h45min no aeroporto de Congonhas. Antes desse, muitas outras aeronaves já haviam derrapado, algumas resultando em acidentes fatais inclusive. Os estudos vão indicar a causa desse terror, eu só temo que seja o descuidado com a pista. Porque aí já é demais. Já é desperdiçar muitos de nós dolorosa e vergonhosamente para o mundo num despreparo inaceitável.

JuHits está de luto.
*A foto é de Isabela Noronha

domingo, 8 de julho de 2007

PornoGráfico. Você também é.

Voltando do shopping no domingo à noite, pensei em passear na praia - sempre é bom aproveitar o privilégio de morar num litoral, né? Pelo menos, é como costumo pensar. No caminho, passei em frente ao teatro e grito logo: "Olha! Vai ter hoje PornoGráficos aqui! Vamo vê?". "Ah, vou sim. Deve ser legal".

E foi mesmo. Só conhecia o grupo de nome e, depois da exibição, passei a gostar do trabalho. PornoGráficos fala de... um obcecado por prazer rápido e fácil? Um doente louco por orgasmos contabilizados no chão da sala? Um ninfomaníaco? Não. Apenas mostra o homem posto às claras, pelo interior, através do ambiente de cores escuras. Sexo. Sexo. Sexo. Na cabeça, na mão, nos papéis, no pensamento. É uma paranóia oscilante entre o real e o imaginário.

O homem e seus desejos. O antigo dilema vem à tona figurado num "profissional" que desenha e se masturba incessantemente. Não há controle. Só entregas à facilidade e ao gosto do prazer sexual. Freud explicaria melhor aquele cara e seus amigos-da-sacagem, morto pelos próprios sentidos, comedor de seus próprios pedaços, sugador de sua própria energia. É bem o homem mesmo. É como você.

Ao final, recordei da resposta do psicanalista e escritor italiano Contardo Calligaris à revista nacional da Volkswagen. A pergunta era se considerava nossa sociedade hedonista. Ele foi categórico: "Acho o contrário. Prazer implica desgaste... Se somos hedonistas, somos hedonistas de circo". Concordo. A moral vem para nos conter e vivemos limitadamente. PornoGráficos exibe o humano animal e institivo, como muitos não querem ver. Eu me vi.

OBS: Sweet Dreams com Marilyn Manson ao fundo ficou demais!

sábado, 7 de julho de 2007

Kruppa


Final da Especialização em Assessoria de Comunicação, disciplina de Psicologia Organizacional. Definimos grupo:

do Germ. kruppa, massa enrolada
s. m.,
conjunto de objectos abrangidos no mesmo lance de olhos;
conjunto de coisas que formam um todo;
conjunto de indivíduos que têm interesses comuns;
conjunto de organismos relacionados;
reunião de pessoas;
ajuntamento;
pequena associação;
conjunto de átomos que formam parte de uma molécula;
Biol.,
conjunto de seres vivos com características comuns, a partir do qual é possível constituir outros conjuntos (família, espécie etc. );
Brasil,
uma das combinações do jogo do bicho;
gír.,
mentira, logro.
- de pressão: grupo ou associação de indivíduos que defende os interesses comuns dos seus membros procurando persuadir a opinião pública e a atividade governamental;
Med.,
- sanguíneo: cada um dos grupos de sangue humano caracterizados segundo as incompatibilidades que apresentam entre si quanto à hereditariedade e à transfusão

É. No resumão, acho que a gente foi isso mesmo.
Foi bom.

sábado, 23 de junho de 2007

Minha chefe é gente boa!

É praxe. Chefe, na imensa, estrondosa, esmagadora, indiscutível maioria dos locais de trabalho, é sinônimo de cão, praga, discórdia, infelicidade, pressão, depressão, desemprego. Maaaaaaaas, eu, logo eu que detesto as conveniências urbanas, tive a imensa sorte de ter uma super-chefe-"mãe". Deu certo!

O nome dela é Marne. Sim: M-A-R-N-E. Assim como soletramos em todas as ligações ou preferimos detalhar para as expressões estranhas que, no meio da conversa, soltam os famosíssimos Marní, Marnê, Márme etc. Mas o importante mesmo, meu maior intuito aqui é fazer um adeclaração de arrepiar: minha chefe é gente boa!

Isso mesmo. Minha chefe é gente boa pra caramba. Trabalhamos juntas há um ano e, hoje, a considero uma amiga. Aprendo, mais do que o ofício, muitos lances importantes para se desenrolar nesse mundo. Para mim, sua principal característica é a força. Só não se dá bem com a Marne quem não quer.

Fora do ambiente de trabalho, pode ser ainda melhor. Almoços - até na casa dela (pasmem!) -, passeios, lanches. O mais inusitado aconteceu ontem à noite e talvez tenha sido o grande motivo para este post. De repente, mi vi às 19h de uma sexta-feira na Av. Monsenhor Tabosa comendo pipoca de carrinho e água de coco jogando conversa fora com a chefe. Não foi um happy hour com cerveja e elementos provocadores da descontração. Foi um momento de companhia agradável, assim, de graça, como tudo de melhor na vida é.

Chefa, um abração pra ti. Quero ser uma super mulher que nem você!

terça-feira, 19 de junho de 2007

Orgulho, paciência e solidão

"Talvez sejam precisas três coisas para se escrever: orgulho, paciência e solidão", fala Lobo Antunes. E não será mesmo?

Escrever é sair daquele mundo que estávamos - eu e você - e vir para este. Algo o trouxe até aqui e você está, agora, fora do outro mundo. Entrou no meu. Ainda que apareça por aqui para me questionar ou tentar me revelar por estas letras soltas. É você, leitor(a), em outra esfera de sintonia.

Tenho produções de quando ainda era adolescente. Histórias pertinentes às minhas próprias situações. Mas o interesse nascia e morria em mim. Talvez uma professora aqui, acolá me perguntava se eu queria que a redação tal fosse publicada no jornal de domingo. "Não, obrigada". Por que compartilhar algo meu? Por que trazer muitos para o meu mundo só meu?

Trago e convido quem quiser. Tudo aqui é fruto de minha singular paciência e solidão. Se quero compartilhar, faço-o como agora. Bem-vindos a um pouco de mim. A um mínimo que permito e talvez alguém se interesse mais. É isso.

Escrever é, como diz Antunes, puro orgulho também.

sábado, 2 de junho de 2007

Luce

Mary, sua festa foi linda. É o que merece e muito mais!! Aqui vai uma homenagem simples, carinhosa e intensa. Assim como você.
Mil beijos. Arrasamos!

sábado, 12 de maio de 2007

Excepcionalmente MÃE

Por que as mães são eternamente geniais?
Por que elas nunca nos deixam inseguros?
Por que não conseguem se desgrudar dos filhos?
Por que - e como - elas são capazes de nos amar mais que tudo?
Enfim, por que as mães são seres excepcionais?
Minha mãe é a pessoa mais guerreira desse mundo. Ela me ajudou nas concepções do sentido das coisas. Então, tudo que eu sou e boa parte do que acredito é criação dela também. Foram suas percepções e valores que me guiaram e estão juntos comigo até hoje, principalmente naqueles momentos de difícil decisão. Minha mãe é forte e só quem a conhece bem sabe do que falo. Independente seria seu melhor sinônimo. O que não permite tal afirmação é a existência de duas certas pessoas no mundo. Eu e meu irmão. Ela depende desse amor.
Somos um trio. E a gente se ama. Talvez não formado da maneira mais "coerente", como se pensa por aí, mas sentimento verdadeiro a gente tem com certeza. Nos amamos e nos respeitamos. Vivemos querendo a falicidade do outro. Eu e ele somos impulsionados pela braveza dela. E ela? Ela se enche de alegria com as nossas conquistas, não só por saber que tem seu dedo e coração todo ali, mas só por nos ver bem. MÃE, EU TE AMO. VOCÊ É E SEMPRE SERÁ A MULHER DA MINHA VIDA. EU TE AMO DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO. VOCÊ É O MELHOR DA MINHA EXISTÊNCIA NA TERRA.
Eu não sou mãe, mas quero ser um dia. Quero viver intensamente o ápice das possibiliades humanas no quesito "entrega à vida". O amor maior, excepcional por excelência. Esse é o amor de mãe para o qual um dia eu quero começar a me entregar.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Felicidade zen


"A felicidade é zen
Ninguém compra
Ninguém rouba
Nem vende a ninguém..."
Tavinho Paes e Arnaldo Brandão
Se você sabe o que é felicidade, se a tem,
agarre-a! Puxe-a para si! Sinta e viva o bem maior!

sexta-feira, 6 de abril de 2007

300 de Esparta: 10 motivos para assistir

1 - Os efeitos especiais. O slow motion de Matrix chega aqui com a maior moral. Os golpes das lutas que aconteceram de verdade tornam-se ainda mais dolorosos e maestrais. Os guerreiros, muito bem figurados, diga-se de passagem, mostram-se triplicamente mais vigorosos com a ajudinha dos efeitos gráficos naqueles músculos!

2 - O óraculo, representado por uma mulher bela e jovem, assim como o tinham, nos vangloria. Ok, tem a idéia de sermos o sexo objeto de desejo daqueles monstrinhos leprosos, mas a sabedoria divina estar conosco é tudo!

3 - O filme é uma adaptação dos quadrinhos de Frank Miller. Assim como Sin City, também de sua autoria, que caiu muito bem nas telonas, 300 traz o tom escuro predominando, lembrando as trevas.

4 - Respeito à lei de Esparta e aos princípios. Era quase uma religião. Leônidas não engolia uma piadinha contra o seu povo. Rei, enfrentou junto com os 300 melhores de seu exército uma chuva de flechas que escureceu o céu.

5 - Ah! Leônidas sabia que seria traído e que morreira, mais um motivo para um final glorioso. A morte como um meio para um fim que conseguiram posteriormente. Magnifíca justificativa humana na Terra.

6 - Prepare for glory! O grito de honra deles nos faz arrepiar!

7 - Rodrigo Santoro ganha um papel legal. O vilão Xerxes é encarnado pelo nosso brasileiro que anda se dando bem fora das terrinhas tupiniquins. No filme, ele comanda 2 milhões de soldados. Na terra dos gringos, Rodrigo já atuou em As Panteras, Simplesmente Amor e no seriado Lost.

8 - Conhecimento histórico. A mulher espartana tinha vez e voz naqueles tempos. Era ela que paria aqueles homens nascidos para a proteção do local. O homem podia consultá-la antes de uma grande decisão. As espartanas também eram treinadas desde pequenas para serem esposas dignas daqueles homens. Aulas de sexo depois da primeira menstruação (coito interrompido) e, depois dos 20, eram engravidadas por escravos só para testar seu pontencial fértil. Esses filhos eram descartados. Se o marido estivesse em guerra, elas poderiam ter relações "fora de casa" e gerar mais um forte espartano. Quanto mais homens elas dessem à Esparta, mais respeito tinham da sociedade.

9 - O filme foi líder nas primeiras semanas nos países onde estreou. Será que vem Oscar por aí?

10 - Se você é mulher e faz tempo que não vê um homem bonito, querida, levanta daí e confira uns 300 em tamanho ampliado no cinema mais próximo!

domingo, 25 de março de 2007

Clique no 12 e volte aos 80

Temos um código de volta ao tempo, sim!

Todas as tardes de domingo, temos acesso ao botão que nos leva aos anos 80. Saudade boa pra quem curtiu aqueles tempos. Brincadeiras infantis pra quem vê tudo isso de primeira. O Silvio Santos está na minha lista de personalidades. Sim, eu queria conhecê-lo, apertar sua mão em rede nacional e ganhar notas e notas de R$50,00! Não dá pra morrer sem fazer isso antes: "Estamos aqui com a Juliana, de Fortaleza. Uma cearense hoje no palco! Muito bem, muito bem. Tsc tsc. É solteira, Juliana? Já tem casa própria? Má há háê hi hii...". Seria inesquecível, assim como imagino.
Completei 23 e já sou fanzoca do cara desde que me entendo por gente. Hoje, o Silvio Santos é alvo de muitas pesquisas acadêmicas de quem estuda comunicação social nas universidades do Brasil. É tido por muitos experts no assunto e, sem motivo para criarmos dúvidas, o maior comunicador da televisão brasileira. Faz tudo do jeito que quer. Tira programa, muda de horário. O telespectador vive num canal de surpresas. Bilionário, induz os funcionários a pensarem no ditado "Manda quem pode, obedece quem tem juízo" sempre antes de realizar a alteração de programação da vez.
Em 89, candidatou-se às pressas à presidência do país. Como se já não fosse majestade por aqui. Quem tem o nosso povo, tem muitíssimo. Já caiu na piscina ao vivo, passou noites e noites jogando aviõezinhos de cédulas para o auditório. As caravanas se matavam pelas notas brilhantes no ar. Tinha as pegadinhas, o "Porta da Esperança", o "Show de Calouros"... E o "Topa Tudo por Dinheiro"? Nossaaaa, que nostalgiaaa!
2007: está com três programas no domingo. Conduzindo diretamente, alcança sem dificuldades a audiência passada. A qualquer sinal de ameaça, ele entra no ar e derruba qualquer publicitário demitidor. O Silvio Santos é imbatível. Isso é glorioso! As 16h da tarde, ele aposta dinheiro com as moças do auditório e pede para elas vibrarem levantando o "espanador"! É hilário ver todo mundo com o pompom na mão vaiando o chefe e o Lombardi carinhosamente. Deixando de lado a questão econômica e eticamente* interpretativa de sua figura, aplaudamos este homem. Depois dele, ninguém mais.
*Silvio é um mega-empresário, banqueiro e comunicador. As três identificações podem ser facilmente conectadas. Tem gente que pergunta: "Mas será que não poderia mesmo aparecer uma geladeira quando as Portas da Esperança se abriam?". Pode refletir, certamente chegará a um consenso. Não esqueço aqui minhas convicções a seu respeito neste aspecto. A intenção foi homenagear.
**Para conferir o Silvio dando uma de presidenciável, clique aqui:

sábado, 17 de março de 2007

O texto sobre o cordão umbilical

Vendo uma campanha da Fundação Abrinq na Tv Cultura, parei nos patrocinadores oficiais que sempre vêm ao final do vídeo e mirei com atenção aquela corda branca, desfiada e em forma de um caminhozinho que ia de uma ponta a outra da tela. Para mim, aquela cordinha branca significava o cordão umbilical. Aí eu me transportei: "Puxa vida! Como ainda não havia escrito nada sobre o cordão umbilical?". Num súbito empolgante, corri para o PC e aqui estou, organizando idéias sobre o cordão de que nunca havia falado.

O cordão umbilical significa, no mínimo, dois. Apesar de ser um, ele serve como elo entre quem já existe e quem está por vir. O cordão alimenta e é ponte de vida e sentimento. É, então, divino. As barrigas das grávidas denunciam as vidas escondidas, gente bem pequenininha que está no mundo sem conhecê-lo. Os cordões? Eles estão lá, preparando os novos seres para o que vem pela frente. E é fantástico imaginar essa "peça" no meio da "fabricação" de mais um de nós. Hoje, a Medicina - graças a Deus, em mais um de seus mega-avanços - já trata o cordão com mais categoria, isso porque ele possui células tronco sangüíneas mais primitivas que as da medula óssea. Agora um monte de mamães já o conservam a favor da saúde dos descendentes. Um ponto para os cordões!

Sociologicamente, também é possível associar os cordões aos laços afetivos, tão pertinentes nesse ambiente que se pretende "socializável". É o que nos liga aos outros, às tarefas diárias, aos sentidos que nos foram oferecidos antes mesmo de chegarmos aqui. Os cordões umbilicais são tão fortes quanto os laços afetivos. São necessários e nos tornam dependentes de sua existência para que sigamos vivendo ou sobrevivendo, como melhor cabe à maioria.
Seria cômico se não coubesse tão bem o ditado. Todo mundo fala que os boçais são pessoas que só enxergam o próprio umbigo. E não é que é verdade? O que é o nosso umbiguinho (o umbigo, com esse nome, também merece um post só pra ele!!)? É o que sobrou do nosso cordão! É o nosso começo no mundo. É a marca de onde exatamente começamos a existir materialmente. E nós, mulheres, temos a grande sorte de poder alimentar mais um por esse mesmo canal. Simplesmente TU-DO! Dá vontade de ficar grávida só pra se sentir nove meses diretamente interdependente e responsável por uma vida a mais na esfera. O boçal só vê o seu umbigo porque, para isso, é preciso se curvar completamente para o que o mundo o mostra; é preciso muito egoísmo e falta de senso para baixar a cabeça, negando tudo o que não é ele, e passar a contemplar um pontinho preto no meio da barriga. Aff...
Enfim, os cordões são muito mais importantes do que imaginamos. São muito mais vitais do que o que é possível de se ver. Os cordões são a troca da energia da vida, são como os laços que nos interligam e nos prendem aqui, que nos fazem dar e receber para continuar. Eu amo o meu cordão umbilical, seja lá onde ele esteja.

sábado, 10 de março de 2007

Há um buraco no meio do caminho

Eu vou falar, vou falar ao mundo sobre as discrepâncias da humanidade. Sim, só vocês dessa raça capaz de me compreender são os mesmos responsáveis por todo esse buraco no meio de tudo. Há um buraco em cada um de nós. Há também um em alguma instituição da sua cidade. Há um buraco no coração da sua mãe e na cabeça do seu pai. Certamente também deve haver um buraco na sua mesa, no chão da sua casa, na areia da praia. Há um buraco enorme sobre a superfície do planeta nos deixando cada vez mais expostos aos danos da maior potência de energia conhecida até hoje. Será que o Sol tem um buraco?

Lembro-me muito bem – não da data, mas do episódio - de quando Júpter sofria uma “explosão”. A parte que ele perdia era maior do que a Terra. Eu estava viajando à noite para uma praia, e chovia muito na estrada. O tempo da viagem era menor do que o processo que ocorria no maior dos planetas, o qual, a partir de então, também ganhara um buraco. Lembro-me que o condutor dirigia com toda a segurança do mundo. Os passageiros aflitos e ele todo convicto de que nada aconteceria. E eu comigo: “Puxa, tá tendo uma explosão no universo agora, algo de que não conseguimos nem imaginar o tamanho, e esse cara acha que pode com tudo”.

Hoje entendo que ele é um ser humano. E não tenho dúvidas de que há um buraco gigantesco no meio dessa pessoa. Para a Ciência, a gente nasceu de um buraco. E se usarmos da tal da lógica, filhos de um buraco, buraquinhos seremos. Freud tentou nos explicar através de nossos buracos, e foi fascinante em seus argumentos, ainda que alguns não admitam com tanto orgulho a fase anal. Enfim, será esta a razão para o caminho humano rumo ao caos? Os nossos buracos?

Os buracos nos explicam e nos fazem ser os responsáveis pela atrocidade planetária. Eles estão em toda parte: em nós e muito além de nós. Ou seja, existem em maior número. Se fôssemos nos confrontar, seria um auto-genocídio. Afinal, eles têm tudo para se desviarem e não serem atingidos por nossas balas e nossas super-bombas. Nos mataríamos em pouco tempo. E agora? Esta é a situação: nós e os buracos. Os nossos, os dos nossos amigos. E vamos viver errando por causa deles. Você pode até tentar um dia adotar um buraco, estudá-lo, pesquisá-lo, criá-lo como um filho. Mas você nunca vai entendê-lo por completo. Porque ele é maior. Já existia antes de nós e está à nossa frente, seja lá qual for o dia de amanhã. Eles estão por todos os lados e sempre estarão. Os buracos dominam o mundo.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Muliere

Mulher!

De beleza rara
de pureza clara
de olhar penetrante
de voz cativante
De uma força única
de uma garra imprevisível
de uma simplicidade transparente
de uma complexidade compreensível
É você, mãe, filha, esposa é você mulher.
Mulher que luta, busca, deseja, alcança, sonha, espera, chora, sorri.
Mulher que canta
que dança, grita, silencia.
Mulher que se maquila, se bronzeia que é bela, pura.
Mulher que sente, ressente, ama, cuida.
Mulher que se cansa, descansa, trabalha, batalha.
Mulher que da costela
foi tirada para se tornar
companheira e assim ser respeitada
por sua vida inteira
e amada por sua natureza
Mulher que tudo faz gracioso
mesmo no momento mais doloroso
trazendo o conforto e a força que muitas vezes nos falta
Mulher que em tudo vê a beleza mesmo nos momentos em que a tristeza
nos faz querer fechar os olhos.
Mulher que neste dia, mais que nos outros,
reconhecemos e nos demais sempre amamos
quero lhe dizer que todos os dias são dias da mulher!

By Maninha Renatóviski

sábado, 3 de março de 2007

Aliquod de Flaubert

"Ama a arte porque, de todas as mentiras, é a que menos engana".
Uma homenagem ao criador da Madame mais famosa da literaura. Cinco anos de trabalho, e Gustave Flaubert presenteia o mundo com Bovary em 1857.
Obrigada.

Hodie, três, martiu















Sedere felice.

quinta-feira, 1 de março de 2007

BBB


- O BBB é um programa culto?
- Nãããão!
- Você ganha ou aprende alguma coisa assistindo a mesma coisa todo dia na TV?
- Nãããão!
- Pelo menos um centavo daquele um milhão vai pra você?
- Nãããão!
- Então pra que perder tempo assistindo a tanto besteirol?
- Ah, essa resposta é mais complicada, né? O BBB é um programa que não enaltece absolutamente nada do que você pode ter de positivo e, muito menos, contribui para sua formação intelectual. Só que há um detalhe a ser lembrado: somosbrasileiros, esqueceu?
Como é a nossa vidinha diária?
Acordamos apressados depois de uma noite mal dormida após um dia estressante, pegando 45 min de busão pra chegar no trampo.Ultrapassando esta etapa, eis o dia de trabalho: corre-corre, pressa, pressão. Aí no fim da noite você espera na parada uns 30 min básicos o mesmo busão, só que lotado de gente e com odor não tão agradável. Chega em casa, as costas dóem, a vista pesa. O dia foi puxado. Aí, é lógico, tenta aproveitar o pouco tempo que tem para o lazer diário (1 hora? 2 horas?) e o que temos à vista? A nossa valiosa TV! A nossa maquininha de entretenimento que a essa hora da noite nos traz novela nacional, fofocas, novela dublada, programas policiais, outra novela nacional e um programa que mostra uma mesa redonda com grandes ícones do esporte discutindo o brilhante desempenho das nossas equipes de futebol, maravilhosos em seus argumentos sobre chutes, lances e defesas de gol. Um cardápio que deixa qualquer um confuso para escolher entre tantas opções.
O detalhe é que, todo começo de ano, a Globo, a que traz uma das novelas nacionais, exibe o BBB. Todo mundo prefere espiar a casa e as atitudes, os complôs e as cenas quentes que os confinados fazem o favor de provocar. Ora, mas é isso que o brasileiro quer ver mesmo. Brincadeira, intriga, paquera, fofoquinha. Esse cara que pega ônibus todo dia não deve ser massacrado porque assiste ao BBB. Nem o executivo que diz que passou só 1min na frente da TV porque parou para ver as pernas da Fani. Que bobagem! Pra que ter vergonha de dizer que assiste ao programa? É distração como qualquer uma das outras opções que estão no cardápio. Tem valor igual no que diz respeito ao não incentivo intelectual. É entretenimento puro. Deixa o brasileiro ser feliz e ver na TV o que gosta. Quem é capaz de mudar isso não está nem um pouco afim, assim como também não liga e não faz questão de que comecemos a pensar e ter gostos diferentes, mais interessantes e mais benéficos para nós mesmos. Quem leva uma rotina nada fácil, já sem nenhuma perspectiva pra depois, vive num sentimento de inércia que nem a indignação vale mais a pena. Ele, depois de muito batente, sabe que a vida não vai mudar. Hábitos como a leitura ou ouvir uma rica canção não fazem sentido para esse sujeito. São práticas muito ligadas ao prazer, à curtição e elevação dó que chamamos de vida. E nós não podemos, de maneira alguma, apontar pra alguém por causa disso.
Deixa o cara torcer pelo Alemão e vibrar quando ele levar o prêmio. Quando tocar aquela música e o Bial anunciar, o cara do ônibus vai vibrar em casa e chorar como se a grana fosse dele. Ele não leva nada, vocês sabem quem leva tudo. Deixa o cara sentir felicidade, nem que por tudo que ele vibre seja farsa. A sensação dele não será.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Babel, o filme do mundo mudo

Calor, sangue, desespero, cansaço, mundo mudo, medo e a famosa culpa. Inárritu mais uma vez surpreende os espectadores das salas de cinema dos diversos continentes com a sua vontade de representar a dor humana, proveniente dos percalços que o tal do homem criou. Percalços que impediram a compreensão, algo que poderia ter tornado a vida tão mais fácil Terra. Mas, a realidade é a que o próprio mito explica como a punição do Senhor pela pretensão profana de construir a Torre que alcançasse o céu. Rá (rsrs), veja só, Deus deixando os homens alcançarem seu terreno... É de rir mesmo. Rir e compreender como até os mitos nos reconhecem como genuinamente ambiciosos. E foi por causa disso que Deus dispersou os homens em diferentes partes da Terra, desunificando aquele um só povo com uma só língua; Ele os espalhou, originando (seu verbo mais característico) novos povos e diferentes línguas.

Foi desse povo diferente que Iñárritu falou em Babel. Arriaga traz um roteiro típico de sua personalidade e o casa com as manias do diretor mexicano. É a combinação que considero perfeita, assim como fizeram em Amores Perros (Amores Brutos) e 21 Grams (21 Gramas). Mas Babel vem pra finalizar a trilogia do trágico humano. E vem muito bem porque traz, tão bem como os dois anteriores longas, a realidade crua desses tempos de miséria e indiferença. A vingança, a fúria, as ações da mente humana diante das situações-limite que esses dois teimam em nos apresentar da maneira mais tocante possível. É neguinho saindo da sala de cinema por não suportar. Somos infinitamente diferentes, mas não podemos negar o que temos em comum: nossa única essência. Por isso a dor incomoda quem quer que seja: o loirinho rico da Suiça, a japa underground cheia de tecnologia, o aidético africano e o subdesenvolvido uruguaio. Acreditem, vocês vêm do mesmo buraco.

No filme, três histórias se cruzam novamente. Procurando se apegar ao mito, as línguas e os povos do Japão, México, EUA e Marrocos aparecem se desencontrando em seus costumes e se diferenciando em suas crenças; mas eles sempre, sempre se confudem nos preconceitos, se misturam nos seus medos, se mesclam quando o que vale é salvar uma vida ou até mesmo começar uma. Os homens foram dispersados no mundo, mas nunca deixaram de ser homens. E vão morrer pagando por isso. A cena em que prendem a imigrante mexicana e a que mostra a recusa de dinheiro em troca do favor pelo marroquino são pontos fortes que nos denunciam como produtos do mundano e do sagrado. A surdez que mais representa os olhos fechados dos outros para com uma deficiência. Babel dá um nó na garganta quando nos põe frente a frente com o que somos. Não tanto quanto 21 Gramas, mas apela para o nosso carma chamado sofrimento, ponto de partida para a negação e ao mesmo tempo para a solidariedade. Sofrimento responsável pela dor e pela alegria, pela vontade de mergulhar no real e de emergir curiosamente para o subjetivo. Ele nos questiona. Faça isso também.

She confesses and we too




Brilhante, uma verdadeira estrela planetária. A energia solar não é o bastante para ela. Está na Enciclopédia Britânica. É um ícone do pop mundial. Quem não queria uma gotinha desse poder? Porque isso sim é muito poder e influência. Ela conseguiu alcançar o máximo, um ponto que muitos, muitos mesmo, morrem tentando sem nunca ter conseguido. Não há quem não a conheça, não há quem nunca tenha arranhado seus sons. Não há mulher que nunca tenha sonhado em ser Madonna, the mother, la mama, a "Santa" Mãe.

Confessions on a dance floor traz tudo de moderno e futurista. Batidas que empurram qualquer um para a pista ou fazem pisar fundo no acelerador. Ouça Madonna, pule, dance, grite no volante, pire o cabeção com ela. É por isso que ela existe.

OBS: Umas das preferidas desse álbum: faixa 11, Push.