domingo, 30 de setembro de 2007

Osso duro de roer

Tropa de Elite do Bope - Batalhão de Operações Policiais Especiais. Sigla forte, sonoridade decisiva. Nome da mais preparada equipe de guerra do país, do exército de profissionais composto por homens da lei que se arriscam à morte com bem mais frenqüência que qualquer outra categoria de policial brasileira. Assistem às aulas de treinamento com a granada na mão e preferem finalizar um vagabundo com uma 12, desfigurando eternamente mais um comandante do morro. Osso duro de roer.

A Tropa de Elite exibida pelo viés de José Padilha com R$10.000.000,00 na mão pode ser entendida como o grupo de homens que sobem o morro para apagar e nunca para sumir. Entram na favela com estratégia, não tem tiro à toa, não. Os soldados são os homens que optaram por aquela determinção que, quando bate, mais parece um instinto animal inexplicável que um objetivo social claramente definido. Eles não usam farda azul. A farda é preta, entendeu?

Os homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais não podem ser corruptos. Aqueles homens são os soldados da linha de frente do interminável conflito entre os podres e ricos do Brasil. O que não é nada novo nem pequeno para as nossas dimensões. E a galera do tráfico... Bem, eles não sabem o significado de crime nem de castigo, nunca tiveram chance de compreender o que é uma lei ou o que é um Deus. E a Tropa de Elite os pune duplamente em nosso nome.

Não vou falar de mazelas e decadência do nosso sistema policial, da burocracia, dos jeitinhos, dos PMs que fazem extra. Para mim, isso tudo é conseqüência, fuga do tema ou qualquer outra coisa que pareça papo intelectual analítico. A Tropa, os homens da Tropa e a vida dos homens da Tropa são outra realidade. Outra definição de mundo e de vida. Para ser um deles, é preciso ter cérebro e punho incessantemente ativos. Porque se não for assim, o cara pira. Osso duro de roer.

Cenas do filme ao som de Tihuana:
http://www.youtube.com/watch?v=EPwkYA9KsHE

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