quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Poliamor


Em poucas de minhas inserções discursivas no orkut, entro numa comunidade de discussão de relacionamentos baseada na idéia de que o diálogo é A solução. Indicada por uma amiga com quem realmente exercito a tal prática salvadora, achei interessante e penso que pode ser super produtiva essa nova comu. Lá vai a Juliana em sua primeira aparição, o tópico é o mesmo que intitula este post:

"Poliamor é possível, sim.
É possível alguém amar mais de um alguém, da mesma forma até. Difícil talvez seja acreditar nesta possibilidade e encará-la como fato. O amor romântico nos ensinado e idealizado sempre não nos permite aceitar racionalmente a idéia de gostarmos com a mesma intensidade de mais de uma pessoa. Mesmo sendo este amor o de homem-mulher. A monogamia ocidental, aliada à Igreja, taxa de feio a mulher que sente atração por outro - e o pior, por outra! - que não seja o seu marido, o cara de sua vida com quem casou e é pai de seus filhos e ai dela (da mente dela em relação a tudo) se um dia olhá-lo e não ver mais tanta graça assim.

A grande chance de estarmos discutindo isso é a alteração de valores que vem, em alguns momentos, a nosso favor. Nós, mulheres, hoje, já não somos criadas para depender de homens, o que desencadeia em um monte de outras desobrigações. Homens podem ser um ótimo começo e meio no percurso da egoísta vida atual, mas não são mais um fim. Não nos propomos apenas a um casamento e maternidade como acontecimentos que nos completariam como mulheres.

Confesso, também, a tristeza, por um lado, de observar meninas-homens em todas as suas esferas. As jogadoras de futebol retratam bem o exagero de algumas de nós nessa ânsia de ocupação do que antes era só deles. Competição é o termo que guia a estratégia de muitas mulheres na busca pelo seu espaço. Não gosto muito, não acho bonito. Nós menstruamos, geramos bebês e os parimos, temos de ter consciência do delicado quase sagrado intríseco a nós. Chegamos perto do amor maior.

Viver em harmonia com os homens e as outras coisas do mundo, sem preconceitos de que o desejo por outro vire pecado pode ser o grande lance da convivência humana. Os bruxos e os cientistas já foram queimados, hoje a matança é a mental. A culpa de que Nietzsche tanto fala nos consome diariamente. Mais de 2000 anos após a história do "Salvador", nos vemos presos a nos punir pelo amor a mais de um. Irônico, não é? Eu defendo o poliamor, em todas as suas formas e em todos os seus tempos".

Vamos ver no que vai dar....

Nenhum comentário: